ideias fundamentais
O que da minha janela se vê
é um universo de relatividade: ela não é constante, balança entre o físico e o
metafísico, o real e o supra-real. Não é um lugar estanque circunscrito [na
moldura poliédrica] de quatro paredes; tem trejeitos arredondados e linhas
deformadas.
(…)
Não gosto de iniciar as
descrições analisando o que se me afigura perto demais para não duvidar dos
seus contornos. Assim, deixarei para o fim os pormenores irrefutáveis das
manchas de minerais que maculam o umbral da minha janela, ou a tonalidade da
tinta que reveste o cimento (que reveste os tijolos) da parede, ou o branco
alvo do estore corrido até meia altura.
(…)
Da minha janela espreita a
natureza, tanto na sua forma selvagem e virginal, como na domesticada e afeita
ao homem.
(…)
é a disposição irresoluta
do futuro
e estas são, portanto, as quatro únicas ideias fundamentais; como fundamental é partilhar um pêssego quando o sal se chega aos lábios
***
em
honra às primeiras impressões trocadas e a um dos mais curiosos projectos de
fotografia por aí encontrados
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