considerações sobre a liberdade
Senhor leitor, o senhor mesmo, aí, o que
lê:
Desengane-se, arrume a carruagem e os
respectivos motores em lugar aconchegado, ao abrigo da chuva, para não se
molhar. Isto dos dias em que a Democracia deu à luz o filho pródigo, e ainda
merecia festa e consideração, acabou. Agora, cumpre-se passivamente mais um
feriado, marca-se a ponte e um poiso ao sol.
Festejei-o à minha maneira: livre a
liberdade, à liberdade, um brinde! Um brinde com cravos, de avenida em avenida,
ao meu quarto, ao adeus, até breve.
Cá te espero, Liberdade, livre.
como as borboletas fazem,
como os esquimós,
como nós
Livres na Liberdade, na
celebração em honra da sua prima, homónima, minúscula e infinitamente maior e
mais valiosa.
Precisamos de mais gritos? Não. Precisamos
de vozes elevadas e ouvidos apurados. E de silêncio para pensar, de reaprender
a estar sozinhos. Assim se constrói o próprio.
Inside, Sintra - Abril 2013
***
Gosto muito do que
se passa na minha cabeça, da total capacidade de guardar para mim o que é meu.
Gosto de pensar tudo, e escolher não dizer nada. Gosto da partilha silenciosa
que só se ouve dentro de mim, não sei muito bem onde, mas é cá dentro.
Biologia, química, filosofia – todas as disciplinas que me fazem ser. Até nem me importo que um génio
qualquer me insira pensamentos, se for ele o único a saber o que aqui se
fabrica, tudo bem: o importante é que eu seja eu e não mais do que eu.
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