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As vantagens de viajar dez anos no tempo e reaprender as matérias básicas poderiam levar horas a enumerar, mas se falamos de relação entre segundos e matéria, aproveito para mencionar apenas que a História me fazia falta - torno a sentir-me deslocada a lugares onde nunca pertenci, que nunca frequentarei. Fazer História. Saber a História. Saboreá-la e participar nela - de que maneira?

Admissão – Passado. Quarenta anos de passo em fuga, censura e repressão; exílio de ideias, ignorância do mundo. A medicina de persianas baixas e as gentes caladas.

Compressão – Presente. A mudança urge: o presente é um momento de rapidez exagerada, difícil de preparar e acompanhar. Dicotomia estranha entre partir e chegar, construção e destruição, despedida do velho e abraço ao novo.

Explosão – Futuro. Um sem-número de perguntas e ideias, dúvidas que se tornam fundamentais como a própria existência. Sabe-se lá por que motivo, bombardeiam-nos com promessas de impérios e utopias; paradoxalmente, chegam notícias de derrotas e abandonos. Falta a coerência, falta o silêncio e a reflexão - o quarto tempo, a exaustão. E depois, levantar e andar com pernas próprias, sem muletas, andarilhos ou desculpas fraudulentas.