consciência
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Tomamos
consciência de que vai acabar: sabemos que estamos a morrer.
A queda no vazio aproxima-se a passos largos,
envolta numa avalanche de emoções que nos soterra sofregamente,
empurrando o corpo e tudo o que advém dele para um estado de tédio e absurdo. Incontornável. A razão é ultrapassada pela dor.
A queda no vazio aproxima-se a passos largos,
envolta numa avalanche de emoções que nos soterra sofregamente,
empurrando o corpo e tudo o que advém dele para um estado de tédio e absurdo. Incontornável. A razão é ultrapassada pela dor.
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Era
ainda muito jovem quando deixou de conseguir distinguir com clarividência a
vida da morte: uma misturava-se com a outra, de uma forma tão paradoxal quanto
for possível ao leitor adivinhar. Se vivia sentia-se morto, mas imaginando-se
morto já se achava vivo. Era lá, do outro lado, do lado oco da nossa existência
que resistia uma nesga de esperança: a de alcançar a liberdade.
A
razão, constante da vida, ultrapassou as questões do sofrimento, constituído
por todas as suas características cruéis, afogando a vontade de lutar; uma luta
desigual que, à partida, já era perdida.
Há algo mais importante num homem que a sua
subsistência.
Comentários
(aos festivais Ana, e à nova 'aventura', que ainda hão-de proporcionar oportunidade para aquela subsistência (não mais do que 3))
Aprecio mesmo a tua perspicácia para leres nas entrelinhas e puxares essa brutalidade que é fingirmo-nos Homens.
(Proponho, portanto, um brinde. Um brinde com imperiais, à moda de festivais!)