não deste mundo - concludo
Este saltitar de gente é coisa por demais
ridícula e perturbadora, perturbação essa também ridícula, levantando a
expoentes indefinidos o grau basal de ridículo que aqui me traz porque, a
bem ver, a atitude mais inteligente seria ignorar a forma absurda com que se
mascaram, ou conter as gargalhadas quando vejo a maquilhagem escorrendo pelo rosto, o dançar lascivo dissimulado
pelos vestidos curtos e a cinza pendente, a libido que se liberta ao fim
de quatro imperiais e uns dias de preparação angustiante.
Fico demasiado rígida dentro de tal feição
da minha geração. Isto de uns se devorarem aos outros saciando fomes de
origens várias nem sempre me é caro e claro. Conceito complexo para a minha
ainda parca definição de ser humano?
Não compreendo – esta é a conclusão anunciada - as
relações dentro da minha própria espécie, e, não sendo anti-social, sou social por respeito à
possibilidade de outras existências serem válidas e… parte disto como eu suspeito ser.
A rigidez, pelo menos, está já aliviada, agradavelmente
convertida nas dores nas pernas que com orgulho e merecido refolgo sinto
(…)
And
so you run,
And
then you run,
And
then you run.
It's not for good, but I think it should.
You
run,
Just
start to count, you go underground.
(…)
no
time to lose, but time to run.
(…)*
depois de me soltarem.
O resto - é grande, o resto, é tudo o que não cabe no alívio físico da tensão acumulada - está ainda cozinhando dentro da panela, remoendo, remoendo, misturando, doendo. O resto inconforma-me, e, quiçá, com o tempo que está ao lume, pegar-se-à ao fundo, para nunca mais daí sair.
*Forrest Gump, Digitalism ft Julian Casablancas
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