à maria que voltou a casa


Todas as situações têm um ponto de retorno. Falta-lhes a linearidade. Se fosse linear, seria em absoluto mais simples. O problema é que por todo o lado flagelam fragilidades. Posso fugir, posso refugiar-me nelas. Posso ignorá-las ou exponenciá-las. Posso. Reconheço todas as minhas fragilidades, e sei que sou uma verdadeira nódoa relacional.

Está um dia gelado, como todos os dias ao longo do mesmo ano: este. Secaram o lago da Gulbenkian, a limpeza celeste compensa a ausência de calor. Os dias gelados quebram-me o revestimento frágil dos lábios. Os dias gelados

Tentei sempre encontrar-te onde jamais estarias: nos outros. Tu és tu e estás apenas em ti. Não adianta procurar mais: tu estás aí, fechado em ti, no bocado que não deixará de ser meu; és tu quem procuro.
Basta de notas aleatórios sobre ti, sobre o estado do tempo registado com a marcação estrábica do itálico, e, já agora, porque não?, sobre o atraso das andorinhas que por esta hora deviam estar a chegar. Vamos começar o princípio da incerteza – atenta aqui: não há prefixos de retorno -, debatê-la em nós como se mais nada existisse.

acabaram.

Odeio esse bigode.

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