who do you who do you who do you think you are?
Depois de uma noite e uma manhã, aqueles
bolos estranhos exagerados em sabor no que diz respeito ao fermento – coisas estranhas
cozinham aqueles húngaros - souberam a iguaria digna de gourmet.
Os delírios de luzes e sensações, sabores e
texturas, pele a pele no calor do verão, embrulhada no endredão de delícias
humanas. Os delírios de sons e pessoas, mais sabores,
mais texturas. Desculpa para não sobrar nada.
Corremos a cidade como dois loucos sem ponto
de partida nem sinal de destino. É que nem sequer nos interessa o futuro! Nada.
Não queremos futuro para nada. Neste traço real-irreal, o futuro é uma súmula
de projeções que abraçam, tão certamente como todas as leis já acertadas, o
desespero de não ver cumpridos desejos, ambições, falhanços óbvios espelhados
em infinitos mares de angústias. Daí decorre o pânico, o peito oprimido e a
sibilância profunda da respiração. Falhei, falhámos, dizem. Falharam, digo: na
hora da partida por terem meta traçada.
Desistimos portanto de olhar em volta à
procura de contornos de gesto. As flores bonitas em pleno agosto serviram –
como sempre servirão – para emoldurar o quadro de relva onde nos deitámos;
comemos com prazer os bolinhos húngaros e mostrei como sou quando a música me
invade – quando a felicidade deixa de ser mito e desce à terra.
Meu amor: vai ser sempre fácil. Não nascemos
aqui, nem ali. A bem dizer, fomo-nos encontrando e a busca continua.
És o meu único objetivo, bocado de Universo
onde se concentram tantas coisas, tantas pessoas, tantos pensamentos, tantos
pensadores, tantos livros e escritores. Todos os comboios que não vamos perder.
Agora põe a mochila às costas e anda daí;
vamos visitar museus?