desarrumo


Alínea a)
Há três coisas que me deslumbram de forma soberba:
Humanos
Física
E literatura
Mas não é tudo. Atrai-me o belo. E isto é tudo. Só não sei se este belo é o mesmo que… belo. Desconheço o limite da estética, não sei defini-la, a minha ignorância dantesca suspeita-a, apenas, como o suspeita – ao belo.
Não será esse o quarto tópico da lista dos meus favoritos, porém, é irrevogavelmente o resumo dos três, e enquadra isto em jeito de síntese suprema: forma e padrão não são o mesmo.

 Eu aposto na forma.


Alínea b)
Reparei que nos últimos tempos ando cheia de uma incerteza turva e transversal. Não há pensamento que não me discorra imbuído em paradoxos, claro na concepção óbvia de que estou longe de qualquer lugar seguro. O que sei traduz-se, tão simplesmente, na sensação de que estou como Alice olhando pela porta minúscula para o lado-de-lá.


Alínea c)
Não sei ser uma senhora. Não estou aqui para me retocar sempre que uma mosca me pousa sobre a pálpebra, nem para conter uma asneira quando no meu vocabulário mais nenhuma palavra se enquadra no discurso. Aliás, ser uma senhora, até posso ser, mas, amigos, uma boneca de porcelana? Um bibelô dissimuladamente perfeito para soltar suspiros à minha passagem? Um ornamento num quarto de testosterona? 
Está na hora de reafirmar as mãos na cintura e bater com o pé no chão! Se querem embebedar o vosso romantismo, não mo peçam a mim, que eu não sei - não quero - ser uma senhora.

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