branco, virginal e orgânico
(...) Abrem-se os olhos e
desperta a mente: nada disto é real (pelo menos, agora). Oh, sim, é apenas um
sonho, uma quimera que me devasta nas horas de maior dormência. Ainda assim,
sendo quimera ou não, insisto em não me deixar envolver pela tendência comum de
perder o direito à imaginação.
Eu sonho em ganhar
rodas e asas. Imaginando, preencho as lacunas de um futuro incerto, de uma
existência desgastada por banalidade e indiferença. Posso nunca ir aos
Himalaias, não vir a ter uma carrinha Volkswagen, nem libertar-me desta gente
que me repugna; pode nunca a realidade, de tão gananciosa, permitir que uma
certa dose de demência me faça agir por impulso, seguir este instinto que me
acompanha desde que me lembro e partir rumo ao desconhecido. A verdade é que, criando
utopias na quantidade certa, nos tornamos algo mais que um reservatório de
músculo: tornamo-nos humanos. (...)
Março de 2009, subjugado ao tema A Importância do
Sonho
Está na hora de revalidar alguns contratos; acabei de mudar os pneus e
tirar o pó das asas
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