à poesia rédea curta

poucas palavras, meia dúzia de linhas
acentos e cânticos lânguidos
mangas descosidas no espaço entre as letras
tocadas à batida que martela 
no peito 
pela confusão de todos os dias endiabradamente trotar 
no peito
a galope desmedido
o cavalo de músculo cruzado cavalga
o peito
escavado

as igrejas repicam os seus sinos
batendo celeremente partícula a partícula
cada partícula do ar

unhas mal pintadas
unhas curtas
afinal, unhas roídas
e a elas se sobrepõe a imagem de pássaros rompendo o céu
árvores cintilando

tudo se repete
e o início imiscui-se no fim,
para que o fim se faça princípio

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