ideias fundamentais


O que da minha janela se vê é um universo de relatividade: ela não é constante, balança entre o físico e o metafísico, o real e o supra-real. Não é um lugar estanque circunscrito [na moldura poliédrica] de quatro paredes; tem trejeitos arredondados e linhas deformadas.
(…)
Não gosto de iniciar as descrições analisando o que se me afigura perto demais para não duvidar dos seus contornos. Assim, deixarei para o fim os pormenores irrefutáveis das manchas de minerais que maculam o umbral da minha janela, ou a tonalidade da tinta que reveste o cimento (que reveste os tijolos) da parede, ou o branco alvo do estore corrido até meia altura.
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Da minha janela espreita a natureza, tanto na sua forma selvagem e virginal, como na domesticada e afeita ao homem.
(…)
é a disposição irresoluta do futuro

e estas são, portanto, as quatro únicas ideias fundamentais; como fundamental é partilhar um pêssego quando o sal se chega aos lábios

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em honra às primeiras impressões trocadas e a um dos mais curiosos projectos de fotografia por aí encontrados


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