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E na cidade tudo é diferente. As gentes movem-se cheias de pressa, o destino a ver, de relógio na mão. Giram vertiginosamente pelas ruas, pelas praças, não à procura do que encontram ou não encontram, mas à procura do procurar que na procura está.
nítido nulo, de Vergílio Ferreira

Um bem-haja a todos os que, loucos e enfermos, se deixam destruir pelo virar do tempo à soleira da porta, nos umbrais das janelas, nas rodas dos carros, nos vidros impecáveis das montras. Aos que, e é tudo, buzinam e relincham, massacre celulóide, humanócitos.
Definitivamente, escasseia outono, escasseiam as folhas debaixo dos pés e os vómitos de água convulsa. A cidade estonteia em clamores estivais que já não lhe pertencem; é tempo de os velhos se deitarem à lareira, de cair amarelo sobre o verde, de morrer tudo o que não é de época.
De deixar a pele verter-se a si mesma, e depois, suspirando, nascer limpa, rasurando a cara que merece ser lavada.

Hibernaremos, mas com a cabeça embrulhada na areia, e as ondas revirando as manhãs de duas estações à frente. Psycho!
Tudo é diferente.
Mais:
Queens of the Stone Age - Feel Good Hit Of The Summer

Comentários

Pickles disse…
Oh, tenho pegado tantas vezes nesse livro e ainda não o li, sad situation.

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